A Rede do Coração: Corações de Nuvens(2 Crónicas Das Frequências Oculta)

O ar da cidade, para a maioria, é apenas isso: uma mistura de oxigênio, poluição e o eco incessante da vida humana. Eles ignoram a trama invisível que o atravessa, as correntes que tecem padrões além do visível, e os sussurros de seres que se movem entre o vapor e a luz. Mas há aqueles que nascem com uma sensibilidade diferente. Uma sintonia com o etéreo, uma capacidade de ouvir o que o resto do mundo ignora. Para eles, o céu não é apenas um vasto azul, e a chuva, não apenas água que cai. É uma tela viva, uma partitura de umidade e energia que respira. Desde o início dos tempos, eles existem. Criaturas de luz e vapor, tecelões de nuvens, guardiões silenciosos do ciclo da água no planeta. Eles deslizam pelos céus, viajando em correntes invisíveis, alimentando-se da umidade, e carregando consigo a memória de cada gota, cada rio, cada oceano. São os Éteris, os sussurradores da água. Por séculos, eles observaram. Mantiveram o equilíbrio, uma presença benevolente na sinfonia da natureza. Mas o mundo mudou. A sede não é apenas uma necessidade, é uma ferida profunda que se estende pela terra, e os Éteris, os seres de pura umidade, sentem sua dor. A Frequência Hídrica, sua essência, enfraquece, asfixiada por uma ganância que busca dominar o recurso mais vital. Na movimentada Cidade do México, onde o concreto se estende até o horizonte, e na ordem tecnológica de Tóquio, onde as telas brilham com dados incessantes, dois adolescentes especiais sentem o chamado. Uma com a intuição que traduz os lamentos do céu em poesia. Outro com a mente lógica que decifra os padrões do caos. Distintos em tudo, mas unidos por um dom que mal compreendem, e pelo clamor silencioso de seres que precisam deles. A escassez não é natural. É o resultado de uma manipulação antiga, uma rede de extração oculta que desequilibrou o planeta. Os Éteris, com suas forças diminuindo, os escolheram. Dois jovens, aparentemente comuns, que deverão aprender a confiar não apenas em sua própria lógica ou intuição, mas na magia que os rodeia e na conexão que forjarão entre si, através de continentes e culturas. Porque a água não é apenas um recurso; é a própria vida. E quando a sede ameaça consumir tudo, o céu sussurra uma última esperança. Estão prontos para ouvir? Para entrar em um mundo onde as nuvens guardam segredos, e a magia do invisível pode ser a única salvação? A aventura apenas começou."