A Harpa Do Crente

Seco 33trrabiira. [1830.] i., oh valle do sul, saudoso e bello ! Salve, oh terra de paz, deserto sane to, Onde no chega o sussurrar das turbas ! Slo sagrado a Deus, podesse o bardo Ser um dos teus, e no voltar ao mundo J II. Suspira o vento no alamo frondoso; As aves soltam matutino canto; Late o lebreu na encosta, e o mar sussurra Nos rochedos da cncava bahia: Eis o ruido de ermo ! ? Ao longe o negro, Insondado oceano, e o ceu ceruleo Pe abraam no horisonte: immensa imagem Da eternidade e do infinito, salve I III. Oh, como surge magestosa e bella, Com vio da creao, a naturesa, No solitario valle! ? E o leve insecto, E a relva, e os matos, e a fragrancia pura Das boninas da encosta esto contando Mil saudades de Deus, que os ha lanado, Com mo profusa, no regao ameno Da solido, onde se esconde o justo. E l campeam no alto das montanhas Os escalvados pincaros, severos, Quaes guardadores de um logar que sancto: Atalaias que ao longe o mundo observam, Cerrando at o mar o ultimo abrigo Da crena viva, da orao piedosa, Que se ergue a Deus de labios innocentes. Sobre esta scena o sol verte em torrentes Da manhan o claro; a brisa esvae-se Por esses matos de alecrim florido, Embalsamando o ar de brando aroma: O roco da noite rosa agreste No seio derramou frescor suave, E 'inda existencia lhe dar um dia! Formoso ermo do sul, outra vez, salve! IV. Negro, esteril rochedo, que contrastas, Na mudez tua, o placido sussurro Das arvores do valle, que verdecera, Ricas d'encantos, co' a estao propicia; Suavissimo aroma, que manando Das variegadas flores, derramadas Na sinuosa encosta da montanha, Do altar da solido subindo aos ares, E's digno incenso ao Creador erguido; Livres aves, vs filhas da espessura, Que s teceis da natureza os hymnos; O que cr, o cantor, que foi lanado, Estranho ao mundo, no bulicio delle, Vem saudar-vos, sentir um goso puro, Dos homens ...